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Câncer de pele: doença mais incidente no Brasil, pode ter 90% de chances de cura

Postado em 16/12/2020 por

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*Fonte imagem : 04-6*


Desde 2014, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove o Dezembro Laranja, iniciativo que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Desde então, sempre no último mês do ano, são realizadas diferentes ações em parceria com instituições públicas e privadas para informar a população sobre as principais formas de prevenção e a importância de procurar um médico especializado para obter o diagnóstico e tratamento. O câncer da pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano.

O médico oncologista de Erechim, Pablo Ribeiro, reforça que o diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento e pode ampliar para 90% as chances de cura.

Tipos mais comuns:

Carcinoma basocelular

De acordo com o especialista de Erechim, essa neoplasia de origem epitelial apresenta células semelhantes a da camada basal da epiderme (núcleo basofílico, grande e ovalado). Corresponde a 80% dos cânceres de pele não melanoma. “A ocorrência é muito frequente e a incidência dobrada em relação a qualquer outra forma de câncer. O crescimento é lento e raramente evolui para metástases”, explica.

Dr. Pablo salienta que o principal fator etiológico para o aparecimento desse câncer é a exposição à radiação ultravioleta normalmente após os 30 anos. “O arsênico e os hidrocarbonetos (carvão da hulha, fuligem, asfalto, lubrificantes, óleos e parafinas) também são fatores de risco. Do mesmo modo, algumas doenças, como o lúpus e o albinismo, também podem causar o aparecimento desses carcinoma”, alerta, citando que os locais comuns de aparecimento das lesões são: ossos maxilares, assoalho das órbitas, seio frontal e células etmoidais.

Reaparecimento da lesão

Considera-se uma recidiva o aparecimento da lesão em área previamente tratada entre seis e 24 meses após o primeiro tratamento. Os sinais de alerta para uma recidiva são: cicatrização de evolução lenta ou ulceração que não cicatriza; alteração na cicatriz endurecida; vermelhidão ou crosta; e, ainda, ulceração do tecido. “Para a prevenção se recomenda o uso de filtro de proteção solar fator 30 ou superior, aplicado 15 minutos antes de se expor ao sol e reaplicado a cada duas horas. Uso de guarda sol ou chapéu pode ajudar mas sem esquecer que, 70% da radiação ultravioleta se reflete na areia, cimento, asfalto, quadra de tênis e superfície da água”, orienta Dr. Pablo.

Tratamento

Já em relação ao tratamento, a primeira escolha sempre é a cirúrgica. A radioterapia é o tratamento de segunda escolha nos casos dos que não são passíveis de cirurgia ou os que somente conseguem fazer procedimento de forma parcial ou para os que recusam a cirurgia. “Casos refratários são passíveis de quimioterapia”, acrescenta.

Carcinoma espinocelular

No caso do carcinoma espinocelular, trata-se de uma neoplasia que apresenta um crescimento muito mais rápido que o carcinoma basocelular (1 a 5 cm de diâmetro em poucos meses), podendo evoluir com metástases. “O carcinoma espinocelular é o segundo tipo de câncer cutâneo mais comum (20% dos cânceres de pele não melanoma)”, alerta o oncologista.

Segundo ele, o diagnóstico é eminentemente clínico, devendo ser relacionado ao tempo de evolução e de exposição solar e ao tabagismo, com biópsia para diagnóstico definitivo.

A prevenção pode ser feita evitando sol em horários não recomendados e não fumando. “É essencial usar filtro solar com proteção solar UVA e UVB superior a fator de proteção solar de 30, mesmo em dias sem sol, sendo reaplicado a cada duas horas e também roupas de proteção solar”, destaca.

Melanoma

Entre as neoplasias cutâneas, o melanoma cutâneo é um dos mais temidos. A estimativa de novos casos no Brasil é 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres (2020 – Inca).

A doença possui índices de cura elevados, se tratada na fase inicial.

Os grupos de risco para desenvolver melanoma são: indivíduos de pele clara, indivíduos de cabelo claro, loiros ou ruivos; antecedente pessoal de queimadura solar ou exposição solar intensa ou prolongada, antecedente pessoal e/ou familiar de melanoma cutâneo; nevo congênito gigante, imunossupressão; presença de múltiplos nevos; presença de nevos atípicos, história de nevo com crescimento recente, sangramento, ulceração ou alteração de pigmentação; bronzeamento artificial em indivíduos susceptíveis ou síndromes genéticas.

Dr. Pablo reforça que, sempre que possível a biópsia deve ser excisional (remove todo o tumor).

Uma regra adotada internacionalmente é a do “ABCDE” que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma:

•          Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra;

•          Bordas irregulares: contorno mal definido;

•          Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);

•          Diâmetro: maior que 6 milímetros;

•          Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).

Atenção aos sinais

A médica dermatologista, Deborah Todeschini, frisa que, quando nos olhamos conseguimos perceber as pequenas diferenças nos nevos (pintas/belezas). Conforme a especialista, este é o primeiro passo para a saúde da pele. “Lembre-se que se alguma lesão doer, coçar, sangrar, criar escamas, ou feridas que não cicatrizam por mais de duas semanas, devem ser consideradas suspeitas e avaliadas por especialista”, ressalta.

Existem diversos fatores de risco para o câncer de pele, entre eles: exposição solar frequente, principalmente nos horários de risco (10h – 16h), tabagismo, radiações ionizantes como raios X, radioterapia, cicatrizes de queimaduras, lesões que não cicatrizam, lesões genitais decorrentes do HPV, idade acima dos 60 anos e familiares que já tiveram câncer de pele.

Alguns dos fatores podem ser ajustados, como por exemplo, não fumar e aplicar filtro solar da forma correta (duas camadas e a cada duas horas) já diminui o risco. “Lembre-se, o dano causado é cumulativo, o câncer de pele não surgiu devido ao último dia de sol que a pele foi exposta, são os anos de exposição constante. Cuide-se”, enfatiza Dra. Deborah.

Fonte: Jornal Bom Dia

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